A Conjuntura Nacional – O Pensar do SAGRES (2016)
EVENTO SAGRES — Mesa de Debates
Os associados do SAGRES reuniram-se, no último dia 30 de junho, para debater sobre a Conjuntura Nacional e os cenários político-econômicos para os próximos anos. O evento foi enriquecido com a presença de convidados ilustres, como Marcondes Araújo, Patrícia Paine, Helena Tonet, Regina Araújo e Marilene Antunes. As principais ideias apresentadas foram objeto de coleta, por parte dos relatores, e posteriormente consolidadas em texto enviado aos associados ausentes. Após sugestões e nova consolidação, apresentamos e oferecemos, à sociedade brasileira, o documento “A Conjuntura Nacional — O Pensar do Sagres (2016)”. Boa leitura!
– Os cenários políticos de curto prazo (próximos dois anos), no Brasil, são absolutamente incertos.
– O governo Temer tem demonstrado sinais de debilidade política que poderão inviabilizar sua gestão. O 1o escalão foi organizado para dar sustentação política, no Congresso, mas é integrado por determinadas pessoas de pouca capacidade técnica e de gestão, exceto na área econômica.
– Dilma Rousseff, caso seja reempossada, não terá condições políticas e econômicas de governabilidade.
– Há um processo em curso, no TSE, que poderá julgar a chapa Dilma/Temer culpada, anular as eleições de 2014 e convocar novas, em um prazo de 90 dias. Caso essa hipótese venha a se concretizar, Marina Silva terá grandes chances de ser eleita.
– Dentre as hipóteses apresentadas, o menos ruim para o Brasil seria o Governo Temer continuar até 2018, mesmo politicamente enfraquecido.
– A crise é profunda e o País pode estar caminhando para um colapso ou para uma ruptura social.
– A mídia tem desempenhado papel preponderante, embora nem sempre isenta. Parcela considerável da opinião pública tem sido manipulada por poucos formadores, cujas ideias são amplamente reverberadas por muitos multiplicadores, direta ou indiretamente patrocinados com recursos públicos.
– As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e as redes sociais estão mudando a forma de fazer política e irão influenciar significativamente a forma de governar. A geração milênio não assiste televisão, por exemplo.
– Grande parte da mídia é refém das verbas governamentais de propaganda.
– As mudanças requeridas poderão se dar pela via da convulsão social, com todas as consequências dolorosas inerentes. Mas as mudanças pela via institucional são possíveis, apesar de duras. Todos temem as mudanças, mas elas serão inevitáveis.
– O processo de politização do Supremo Tribunal Federal (STF), vivido na última década, tem sido extremamente negativo para o País e poderá agravar um eventual quadro de instabilidade institucional.
– A economia nacional passa por um dos piores momentos da história, mas ainda não batemos no fundo do poço, ou seja, poderá piorar por mais alguns anos. Todavia, o Brasil é maior que a crise e encontrará seus caminhos.
– A operação lava-jato tem mostrado somente uma pequena parte do que são — ou foram, até recentemente — as relações corruptas entre o poder público e uma parcela estratificada da iniciativa privada, com destaque para as grandes corporações.
– A corrupção como prática política tem se mostrado disseminada pelos âmbitos federal, estadual e municipal.
– Setores da administração pública não afetados diretamente pela corrupção endêmica devem ser preservados, de modo a manter os serviços e produtos requeridos pela sociedade.
– O papel das instituições públicas é fundamental na busca de soluções, mas é preciso racionalizar o tamanho do Estado, hoje totalmente aparelhado com representantes de anacrônicas correntes político-ideológicas ou de operadores das velhas oligarquias patrimonialistas.
– Nesse contexto, não é desprezível o risco e a iminência do enfraquecimento dos órgãos de controle e policiais — como o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal — por ação de potenciais investigados, como forma de reverter as mudanças em curso, apoiadas pela sociedade.
– O Brasil está perdendo as oportunidades proporcionadas pelo período atualmente vivido, chamado “bônus demográfico”, onde a População em Idade Ativa (PIA) é maior do que a população dependente (crianças e idosos).
– O sistema político-partidário perdeu a governabilidade. O legislativo, no Brasil, tem um poder enorme e tem sido relegado a segundo plano, pelos votantes, por ocasião das eleições. Com isso, temos um histórico problema de governança, no Executivo.
– É preciso que seja realizada ampla reforma política, por atores externos ao atual legislativo, o qual não tem interesse em mudar o status quo.
– Uma reforma política deveria diminuir o atual poder dos integrantes do Legislativo, tornando os cargos menos atrativos aos corruptos e meliantes.
– No médio e no longo prazos, todos os caminhos para as soluções dos problemas nacionais passam pela educação, não somente a formal mas também a que leva informação a todos os segmentos populacionais. A péssima qualidade da educação é a causa primordial da maior parte dos problemas brasileiros.
– A meritocracia deve ser restabelecida, em todos os setores. O nivelamento “por baixo” ou “pela média” tem sido um importante fator de desestímulo à produtividade e ao esforço individual.
– O cidadão precisa aprender a analisar a conjuntura político-econômica e saber como se posicionar.
– A cultura predominante precisa ser revertida, estimulando o trabalho e o empreendedorismo.
– O patriotismo deve ser restaurado. Não há educação para a cidadania. Nos últimos 15 anos, o Brasil se alinhou aos países perdedores e perdeu as referências entre os desenvolvidos.
– Os cidadãos devem ser orientados a realizar análises com mais profundidade e consistência, porque muitos terminam sendo influenciados por formadores de opinião de tendências falaciosas.
– Um lado bom da crise é que tem induzido o cidadão médio a se conscientizar de seu papel como eleitor e como fiscalizador dos governantes.
– O liberalismo econômico é a via mais exequível para que o Brasil encontre os caminhos para o desenvolvimento sustentável. A internacionalização e a abertura do País são inerentes a esse processo.
– Será necessário um período de cinco a dez anos de persistentes reformas político-econômicas liberalizantes para que o Brasil possa viver um novo ciclo de desenvolvimento sustentável.
– Caso o Governo Temer venha a completar o mandato, um novo leque de opções poderá se abrir, no que se refere a candidatos à presidência da República. Esse quadro ainda está totalmente indefinido.
Oficinas de alinhamento metodológico
Nos dias 25 e 26 de abril, 18 associados do SAGRES reuniram-se — presencialmente e a distância — para apresentação e diálogos em torno da Metodologia FIGE – Ferramentas Integradas de Gestão Estratégica.
Criada no âmbito do Instituto, a FIGE não se limita a um exercício acadêmico, embasado em atualizada literatura de planejamento e gestão. É também fruto da experiência oriunda de diversos projetos de consultoria do SAGRES, em especial junto a órgãos públicos.
Sagres recebe comitiva do Timor Leste
No dia 27 de abril, o Instituto Sagres recebeu a Comitiva do Timor-Leste composta pelo o Embaixador Dr. Gregório de Sousa, pelo Sr. Capitão-de-Mar-e-Guerra Donaciano Gomes, Diretor do Instituto de Defesa Nacional de Timor-Leste e pelo Dr. Guilherme Soares. O objetivo da visita foi apresentar o Instituto, bem como suas potencialidades para possíveis entendimentos nas áreas de cursos, palestras e treinamentos.
Durante o dia a comitiva foi recebida nas instalações do Sagres em Brasília e a noite houve uma recepção em um restaurante, quando o grupo pode trocar mais informações e compartilhar momentos de agradável convivência.
O Brasil tem nova cara? Reflexos e consequências das manifestações populares de junho de 2013
Senhores e senhoras:
Precisamos discutir, entender e ter um olhar prospectivo sobre o que está ocorrendo no Brasil nessas últimas semanas. Por tal razão, vamos realizar uma Discussão Estratégica extraordinária para realizar tal análise e convidamos a todos a participar.
O “provocador” será o Prof. Homero Zanotta que conduzirá a discussão.
A reunião se dará nas seguintes condições:
- Data: 16 de julho de 2013
- Local: Câmara Americana de Comércio/Brasília – AMCHAM/BSB – Endereço: SHIS QI 5, Comércio Local, Bloco C 1º andar – Lago Sul Brasília – DF – Tel.: (61) 2103-8650
- Horário: 14:30 às 16:30 h
Inscrições: e-mail para carolsturari@sagres.org.br, até 09 de julho.
Oriente Médio: questões atuais e um olhar para o futuro
Evento realizado em 19 de março de 2013
Conheça o palestrante
Clique aqui para baixar a palestra (pdf, 25 mb)