Bicentenário da Independência do Brasil: O Brasil visto de dentro – Grandiosidade, Ciência e Cultura (Parte II)
Marcondes M. De Araujo/MCTI
Introdução
Esta segunda parte traz um novo percurso histórico descritivo e propositivo (Século XVIII ao XXI) voltado para a área da ciência e tecnologia. Trata-se de uma visão do Brasil visto de dentro, destacando seus cientistas natos que continuaram e aprimoraram as pesquisas e descobertas sobre a pujante natureza do País, abordadas na parte I, bem como um panorama evolutivo do sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), suas características, potencial e desafios nas décadas recentes e construção de estratégias, indispensáveis para o Brasil conquistar um padrão de sociedade desenvolvida, próspera, inclusiva e sustentável à altura de seu imenso potencial.
Um Percurso Histórico pela Ciência e a Tecnologia no Brasil “por dentro”: do Século XVIII ao XXI
Como abordado na primeira parte, desde o tempo colonial, aos olhos de estrangeiros, todo o território do Brasil era considerado “um imenso e inesgotável laboratório a céu aberto”. A cobiçada riqueza dos recursos naturais, a beleza exótica e virgem da vegetação, combinada à exuberância da mega-diversidade da fauna e flora, dos minérios, da água dos caudalosos rios repletos de diferentes espécies de peixes, e da etnografia única de uma população produto da incomum mistura dos colonizadores europeus com o africano escravo e o índio e silvícola nativo, encantavam os naturalistas, observadores e cientistas que visitaram, passaram, viveram e trabalharam no Brasil. Ao longo dos primeiros séculos da história científica brasileira, estudiosos, pesquisadores, intelectuais, artistas e clérigos de diferentes denominações religiosas, majoritariamente europeus, geraram um diversificado acervo, de ilustrações artísticas, de descobertas da exótica anatomia e fisiologia de famílias e espécies de animais, vegetais e minerais, muitos inéditos, incluindo atlas e mapas geográficos.
A inexistência de escolas superiores no Brasil no século XVIII, diferentemente de outros países latino americanos, à exemplo da universidade peruana de San Marco fundada em 1551 e primeira do continente americano, obrigou os jovens das famílias brasileiras abastadas a cursar os estudos superiores na Europa. Em particular na universidade de Coimbra em Portugal, a qual se tornou a alma mater da maioria dos primeiros cientistas brasileiros e personagens influentes na vida nacional.
Os primeiros institutos com propósito científico no Brasil surgem somente a partir do início do Século XIX com a chegada da família real portuguesa, e alguns originam as primeiras universidades no século XX. Exemplos: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1808); Museu Nacional do Rio de Janeiro (1818) destruído por incêndio em setembro de 2018; Observatório Nacional do Rio de Janeiro (1827); Museu Paraense Emílio Goeldi (1866), pioneiros na pesquisa social do Brasil ao lado do Museu Nacional no Rio de Janeiro; Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas de Ouro Preto, mais conhecido como Museu de Mineralogia de Ouro Preto (1877); Instituto Agronômico de Campinas (1887); Instituto Soroterápico de Manguinhos (1900), atual FIOCRUZ no Rio de Janeiro; e Instituto Butantan (1901), na cidade de São Paulo. Os dois últimos responsáveis pela fabricação da vacina brasileira contra o coronavírus SARS-CoV-2, causador da pandemia Covid-19.
A Universidade Tardia Surge Somente no Século XX
Na terceira década do século XX, após algumas tentativas e descontinuidades, o Brasil finalmente despertou para a importância da Universidade como instituição essencial na formação de recursos humanos qualificados, embora, sem incorporar a pesquisa[1]. Somente em 1934, após a derrota do Estado de São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932 e a vinda de outra missão francesa estimulada pelo interventor e governador de São Paulo Armando Salles de Oliveira, criava-se, de fato, com apoio de empresários liderados pelo jornalista Júlio de Mesquita Filho, a Universidade do Estado de São Paulo (USP). Primeira do País na categoria administrativa “Universidade” e orientada à pesquisa científica, além do ensino, seu casamento com a formação, fez vingar nossa mais antiga, duradoura e destacada Instituição de Educação Superior (IES).
O Brasil foi “empurrado” para uma periferia do capitalismo e do desenvolvimento industrial a partir da combinação de questões históricas, econômicas, políticas, culturais e militares em uma Europa conturbada por contínuas disputas das potências hegemônicas Inglaterra, França, Espanha e Holanda, sempre pressionando Portugal, a pequena metrópole da cobiçada colônia brasileira rica em recursos naturais. Aqui, o “domínio tecnológico” em áreas estratégicas, essenciais ao desenvolvimento permaneceriam, em grande medida, despercebidos ou negligenciados pela Universidade até quase a década de 1960 do Século XX. Na década de 1970, em um contexto acelerado de “guerra fria” entre as duas superpotências da época ocorre dois “choques do petróleo” (1973 e 1979), e o Brasil “acorda” para a necessidade de diminuir sua grande dependência energética do petróleo importado, e cria, em novembro de 1975, o programa Proálcool[2].
A Lenta Expansão Científica e Tecnológica: Uma Breve Retrospectiva
Historicamente, constata-se a atuação das principais instituições de apoio à ciência brasileira, essenciais para seu desenvolvimento e consolidação internacional: Academia Brasileira de Ciências (ABC, criada em 1917), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, criada em 1948), o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq, criado em 1951, e transformado em 1974 em Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, criada em 1951) focaram na Ciência básica. As quatro instituições, desde a fundação, “postergaram” ou subvalorizaram um Sistema de Pesquisa Tecnológica orientada à Inovação aplicada, indispensável a um equilibrado desenvolvimento econômico, social e prosperidade.
De uma forma simplificada, pode-se conceituar a Tecnologia como “a aplicação prática, em geral com valor econômico, do conhecimento sobre questões objetivas (científicas ou populares). ” Paradoxalmente, a partir da década de 1940 (II guerra mundial) o Brasil, principalmente pelo tamanho de seu mercado interno, foi capaz de se industrializar com relativo sucesso nas regiões Sudeste e Sul, sem contar com instituições tecnológicas fortes. Essa realidade substanciou a adoção, com vigor a partir da década de 50 do século passado, do modelo de desenvolvimento econômico baseado em substituição de importações “mais fácil, rápida” de implementar.
Só a partir da década de 1970, o governo militar (1964 a 1985), atualizou de forma incipiente a agenda tecnológica nacional, transformando, em 1974, o Conselho Nacional de Pesquisas, criado em 1951 pelo trabalho exemplar do Almirante Álvaro Alberto prócere da política nuclear brasileira, em Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em 1985, o CNPq cedeu sua reconhecida competência científica e capital humano para instalar o novo Ministério da Ciência Tecnologia (MCT) e a Tecnologia passa a contar com um Ministério, mas, a pesquisa de foco tecnológico continuou insuficiente. Atualmente, a Missão do CNPq é: “Fomentar a Ciência, Tecnologia e Inovação e atuar na formulação de suas políticas, contribuindo para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional.”[3]
Na pesquisa científica, segue um destaque das unidades pioneiras nas diversas áreas do conhecimento, segundo classificação do CNPq[4]: Física: Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF); Matemática: Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA); Biologia: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA-AM), Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG-PA); Espacial: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Astronomia, Astrofísica e Ciências Afins: Observatório Nacional (ON), Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) e Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST); Computação: Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).
Quanto ao desenvolvimento tecnológico aplicado, algumas instituições setoriais destacadas: INMET (1909), IME (1930, origem em 1792, da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho), ITA (1946), CTA (1949), INMETRO (1961), FINEP (1967), INPI (1970), EMBRAPA (1972), CETEM (1978), IEAPM (1984)[5].
A contribuição da Universidade se restringiu majoritariamente à formação de capital humano tradicional de perfil científico. O esteio à formação de recursos humanos para a indústria veio em 1938 com a criação da Confederação Nacional da Indístria (CNI) e, em 1942, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), cuja experiência bem-sucedida de aprendizagem é exportada para três Continentes (Américas, África e Oceania). O Brasil é um caso de industrialização na economia ocidental que mesmo tardia, não contou, de forma importante, com a Universidade e Institutos para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico nas empresas.
Nas décadas de 60 e 70 do século XX, nos setores automotivo, construção naval e complexo militar de defesa, alguns experimentos nacionais lograram bons resultados por algum tempo. Todavia, a descontinuidade das políticas industriais, as limitações de produtividade econômica e de competição no mercado, promovem a instalação no País de montadoras (setor automobilístico), estaleiros (construção naval) e indústria bélica (setor de defesa) divorciadas das unidades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Nas três últimas décadas, superando vários e duradouros desafios, o Brasil conseguiu desenvolver uma pesquisa tecnológica de classe mundial, limitada a setores de exportação. Em Terra – EMBRAPA, foco no agronegócio, no Mar – PETROBRAS, cadeia de petróleo e gás, e no Ar-EMBRAER, no setor aeronáutico de transporte civil, executivo e militar. O trio é responsável pelos principais itens de exportação brasileira de maior valor agregado, inclusive commodities. Mais recentemente, as maiores e principais empresas brasileiras, algumas com controle ou participação estatal, empregam pesquisadores e engenheiros em seus centros de pesquisa e laboratórios para acelerar a inovação.
Na tecnologicamente sofisticada área aeronáutica, a EMBRAER (criada em agosto de 1969 como empresa estatal privatizada em dezembro de 1994), tornou-se um complexo industrial de aviões civis, militares, executivos, agrícolas e de peças e serviços para o setor aeroespacial. Seu crescimento e reconhecimento internacional levaram o Brasil à invejável 3ª posição mundial de fabricante de aviões comerciais civis de médio porte até 150 assentos, superada apenas pelas gigantes Boeing e Airbus, e à frente da canadense Bombardier.
Em julho de 2018, a empresa anunciou a intenção de negociação de uma joint venture com a norte-americana Boeing (80% norte-americana e 20% brasileira) que não se concretizou, quando em abril de 2020, a Boeing rescindiu o contrato. A Embraer “se reinventa” e expande sua atuação para a emergente área de “segurança cibernética” e anuncia o projeto revolucionário do veículo de decolagem vertical para uso urbano eVTOL, misto de carro voador e helicóptero elétrico de pouso e decolagem vertical com mercado estimado em US$ 15,54 bilhões, até 2030.[6]
Brasileiros de destaque na Ciência e Tecnologia
Uma vez apresentado o contexto histórico evolutivo acima, segue uma breve descrição de alguns dos principais brasileiros expoentes da ciência e tecnologia, em ordem cronológica ascendente.
Século XVIII:
Padre Bartolomeu de Gusmão (1685 – 1724) – chamado de o “Padre Voador”, é o primeiro brasileiro nato (nascido em Santos, capitania de São Vicente) reconhecido pelo inigualável talento e curiosidade científica sobre dispositivos voadores, com resultado tecnológico comprovado. Pode ser considerado o pioneiro da aviação mundial pelo desenvolvimento e testes com balões e aeróstatos. Em 1709, conquistou fama pela invenção e demonstração à corte portuguesa em Lisboa do primeiro aeróstato conhecido realmente operacional, antecipando-se em quase 200 anos à conquista dos ares no início do século XX por Santos Dumont e os irmãos Wright nos Estados Unidos da América.
Alexandre Rodrigues Ferreira (1756 – 1815) – grande naturalista luso-brasileiro, de outubro de 1783 a janeiro de 1792, a partir de Belém do Pará realizou uma extensa viagem pelo interior da Amazônia até Mato Grosso, descrevendo a fauna, a flora, a agricultura e os habitantes. Diagnosticou a economia da Amazônia, descrevendo e medindo as colheitas e produção de farinha, arroz, milho, cacau, café e tabaco. O resultado de 9 anos de sua exploração científica da botânica, zoologia, economia e etnografia amazônicas foi publicado, em Portugal em 1800 e no Brasil, entre 1885 e 1888, no livro “Viagem filosófica pelas capitanias do Grão Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá, 1783-1792”, considerado o mais importante relato científico e econômico de viagem durante o período colonial brasileiro.[7]
Século XIX:
José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 – 1838) – estadista, advogado, filósofo, químico, mineralogista, ficou mais conhecido pela grande atuação política no Brasil colonial, a qual permitiu a realização, em setembro de 1822, da independência de Portugal e sua consolidação. A Lei nº 13615, de 11 de janeiro de 2018, o declarou oficialmente Patrono da Independência do Brasil. Intelectual reconhecido, Ministro, principal assessor do primeiro imperador e imperatriz brasileiros, e primeiro chanceler do País, foi também um cientista de prestígio internacional em muitas vertentes, em especial na mineralogia, descobrindo quatro novos minerais e 8 variedades de minerais conhecidos, incluindo a andradita.
José Maria da Silva Paranhos (1819 – 1880) – Visconde do Rio Branco, destacou-se como político, diplomata, engenheiro e jornalista. Estudou na escola central de guardas marinhas (atual escola naval do Rio de Janeiro), graduando-se na Real Academia Militar, onde foi professor e diretor), precursora do Instituto Militar de Engenharia (IME) e da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1876, como primeiro ministro do imperador Pedro II, fundou a Escola de Minas de Ouro Preto – Minas Gerais.
Século XX[8]
Oswaldo Gonçalves Cruz (1872 – 1917) – cientista, médico sanitarista, bacteriologista e epidemiologista, pioneiro no estudo e tratamento experimental no Brasil, de doenças tropicais. Na primeira década do século XX, conseguiu erradicar na cidade do Rio de Janeiro então capital federal, a febre amarela, febre bubônica e a varíola. Em maio de 1900, fundou no Rio de Janeiro o renomado Instituto Soroterápico Federal, transformado, em março de 1908, no Instituto Oswaldo Cruz, denominação mantida na atualidade, reconhecida como a maior instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina.
Carlos Justiniano Ribeiro Chagas (1879 – 1934) – destacado biólogo, médico sanitarista, cientista e bacteriologista referência em saúde pública do Brasil, iniciou a carreira combatendo a malária. Entre 1907 e 1909, descobriu o protozoário Trypanosoma Cruzi (homenagem ao amigo Oswaldo Cruz), a etiologia e o protocolo de tratamento da tripanossomíase americana, conhecida como doença de Chagas. Foi pioneiro da área da medicina, a descrever completamente uma doença infecciosa: patógeno, vetor (Triatominae), hospedeiros, manifestações clínicas e a epidemiologia.
Alberto Santos Dumont (1873 – 1932) – notável inventor, engenheiro, aeronauta, esportista, e uma das personalidades mais famosas do mundo no século XX. Projetou, financiou, construiu e testou em voo os primeiros balões dirigíveis controlados e aviões com motor a gasolina. Em setembro de 1901, durante um concurso internacional, o Prêmio Deutsch, demonstrou oficialmente o voo de forma controlada em seu balão dirigível nº 6 em torno da Torre Eiffel em Paris, diante de jornalistas e populares. Em outubro e novembro de 1906, suas demonstrações de voo em um revolucionário aparelho mais pesado que o ar que decolava com seus próprios meios sem qualquer auxílio externo, foram as primeiros homologadas pelo Aeroclube da França. Pacifista convicto, atribui-se como uma das possíveis causas de seu suicídio em 1932 uma grave decepção pelo uso de sua invenção como arma mortífera na primeira grande guerra mundial (1914 a 1918).
Cândido Mariano da Silva Rondon (1865 – 1958) – conhecido como Marechal Rondon, engenheiro militar, sertanista e indigenista brasileiro, pioneiro no desbravamento de terras, contato e pacificação de indígenas e instalação de linhas telegráficas no Centro Oeste e Amazônia. Estabeleceu relações de proteção aos índios, e criou, em 1910, o serviço brasileiro de proteção ao índio, convertido, em dezembro de 1967, na Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Em 1927 concluiu a ligação telegráfica da Amazônia ao Rio de Janeiro.
Anísio Spínola Teixeira (1900 – 1971) – educador, escritor, jurista e intelectual teórico, foi personagem destacada da educação brasileira da segunda à sexta década do século XX. A partir de 1932, ajudou a construir e difundir “o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova”, enfatizando o desenvolvimento intelectual e a capacidade de julgamento do educando, ao invés da tradicional e ineficiente memorização. Defendeu a educação pública, integral, gratuita, obrigatória e laica. Reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro, e fundou, em 1935, a Universidade do Distrito Federal no Rio de Janeiro, transformada em Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. A partir de 1946, foi conselheiro geral da UNESCO. De 1951 a 1964, dirigiu, simultaneamente, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Em abril de 1962, juntamente com Darcy Ribeiro, criou a Universidade de Brasília (UnB).
Gilberto de Mello Freyre (1900 – 1987) – sociólogo, ensaísta, professor, jornalista, político e escritor sobre a história, cultura, sociologia e antropologia brasileiras. Intelectual mais premiado da história do Brasil, em 1967, conquistou o Prêmio Aspen, do Instituto Aspen/EUA, honraria concedida a “indivíduos notáveis por contribuições excepcionalmente valiosas para a cultura humana”. Criador da noção de democracia racial no Brasil, sua principal obra Casa Grande e Senzala, publicada em 1933, refuta doutrinas racistas de branqueamento do Brasil, demonstrando que o determinismo racial ou climático não influencia o desenvolvimento de um país. Teórico reconhecido da diferenciação fundamental entre raça e cultura, defendia que, no Brasil, a harmonia nas relações entre as raças (inter-éticas) mitigariam a influência social do passado escravocrata e segregador. Afirmava: “Aprendi a considerar fundamental a diferença entre raça e cultura; a discriminar entre os efeitos de relações puramente genéticas e as de influência social, de herança cultural e do meio. ” Como Deputado Federal (1946 a 1951), propôs a criação do Instituto Joaquim Nabuco, atual FUNDAJ, vinculada ao MEC.
Cesare Mansueto Giulio Lattes (1924 – 2005) – conhecido como Cesar Lattes, físico e cientista notável que em 1947, aos 23 anos, conquistou destacado papel na ciência mundial na descoberta da partícula méson pi no núcleo atômico. A partícula é responsável pela coesão atômica, e abriu um novo campo de estudo: a física de partículas. Em 1950, o prêmio Nobel de Física foi concedido a seu colega inglês Cecil Frank Powell, melhor articulado politicamente, muito embora Lattes tenha sido o principal pesquisador e primeiro autor do artigo científico descrevendo a descoberta do mesón pi. Considerado o pai da física atômica brasileira, sua liderança científica foi decisiva para a criação, em 1949, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), e em, 1951, do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq). A plataforma digital brasileira dos currículos acadêmicos, de pesquisadores e estudantes de nível superior em todas as áreas do conhecimento, tem seu nome.
Celso Monteiro Furtado (1920 – 2004) – economista, intelectual, teórico acadêmico, e executivo em várias funções públicas sobre aspectos históricos, possibilidades e limites de intervenção planejada do Estado no processo de formação e desenvolvimento econômico brasileiro. Diretor, de 1949 a 1957, da divisão de desenvolvimento da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL/ONU), publicou, em 1959, sua obra mais famosa Formação Econômica do Brasil na qual descreve a evolução histórica e os desafios da estrutura produtiva brasileira de base agrícola, no contexto latino-americano, em contraponto a nações centrais, industrializadas. Mais citado economista latino-americano, por sua contribuição ímpar à Teoria do Subdesenvolvimento é reconhecido fundador da economia brasileira. Ajudou a fundar e foi o primeiro Superintendente da SUDENE, e, também, o primeiro Ministro do Planejamento do Brasil. Em 1997 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, e em junho de 2003, empossado na Academia Brasileira de Ciências.
Milton Almeida dos Santos (1926 – 2001) – geógrafo, acadêmico e intelectual, desenvolveu uma nova e revolucionária abordagem para a geografia urbana, correlacionando-a a outros temas, em particular à geografia crítica e humana, tradicionalmente não contempladas na geografia descritiva. Professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), trabalhou em 16 universidades em 7 países em 4 continentes e recebeu inúmeros títulos de doutorado honoris causa, vários por universidades francesas. Crítico do sistema capitalista tradicional, estudou as populações urbanas menos favorecidas. Seus estudos e pesquisas contribuíram para criar novas teorias sobre a importância e influência da demografia, território, migrações e cidadania na vida das pessoas tanto local quanto globalmente. Em 1994, tornou-se o primeiro cidadão nativo de país em desenvolvimento a receber o “Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud”, considerado o maior da geografia, equivalente ao Nobel.
Niède Guidon (1933 – ) – historiadora franco-brasileira, especializada em arqueologia e estudos sobre civilizações Pré-históricas no Brasil identificadas em pinturas rupestres que desde 1973 desenvolve projetos e estudos de arqueologia centrados no Estado do Piauí. Foi diretora do Parque Nacional da Serra da Capivara (município de São Raimundo Nonato/PI), e teve papel decisivo em sua criação, em 1979, bem como da Fundação Museu do Homem Americano criada em 1986, da qual também foi presidente. A partir de 1978, seus estudos arqueológicos nos sítios do Piauí, reescreveram, embora contestadas por algumas correntes de antropólogos e arqueólogos principalmente norte-americanos, as teorias correntes sobre a cronologia e origem do povoamento humano no Continente Americano, estimada em 15.000 anos. Datações científicas realizadas na França permitem estimar de 33 a 58 mil anos a idade de artefatos encontrados nos sítios arqueológicos do Piauí.[9]
Celina Maria Turchi Martelli (1954 – ) – cientista, pesquisadora e médica especialista em epidemiologia das doenças infecciosas, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco. Em 2016, foi incluída pela influente revista Nature em lista dos dez cientistas mais destacados do ano. Lidera o grupo de pesquisadores, que de forma inédita, correlacionou cientificamente a infecção pelo vírus da zika em mulheres grávidas a casos de bebês com microcefalia. Em abril de 2017, em reconhecimento a sua atuação para o avanço científico sobre o conhecimento da epidemia de Zika no Brasil, a revista TIME a incluiu entre as 100 pessoas mais influentes na categoria “Pioneiros”. Em dezembro do mesmo ano foi eleita para a Academia Brasileira de Ciências. Com a chegada ao Brasil no início de 2020 da epidemia SARS-CoV2, seu trabalho prossegue expandindo-se com a inclusão desta vital linha de pesquisa.
Artur Ávila Cordeiro de Melo (1979 – ) – notável jovem matemático naturalizado francês, primeiro latino americano de língua portuguesa a ganhar, em 2014, a Medalha Fields de matemática, equivalente ao prêmio Nobel. Sua principal área de trabalho e contribuições são as teorias de sistemas dinâmicos. Em 2005, com 26 anos, tornou-se famoso ao explicar o comportamento dos “Operadores de Schrödinger“, ferramentas matemáticas associadas à física quântica, desafio proposto em 1980 pelo norte-americano Barry Simon e conhecido entre os matemáticos como conjectura, ou problema, dos dez martinis. Em 2005 provou hipótese avançada sobre superfícies fechadas com métrica plana. A partir dessas realizações recebeu diversas premiações e honrarias científicas na área da matemática: Prêmio Salem em 2006, Prêmio EMS em 2008, Prêmio Jacques Herbrand em 2009.
Marcelo Gleiser (1959 – ) – aclamado físico, astrônomo, filósofo natural, acadêmico, escritor com 11 livros publicados, especializado em cosmologia de partículas, radicado nos EUA. Desde 1991 professor de Física e Astronomia no Dartmouth College New Hampshire, seu campo de pesquisa abrange a origem das estruturas fundamentais e complexas da natureza, do universo, da matéria, da vida e da mente. Membro da Sociedade de Física Americana e da Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida. Em março de 2019, recebeu o prêmio Templeton, considerado o “prêmio Nobel do diálogo da Ciência com a espiritualidade”.[10]
Suzana Herculano-Houzel (1972 – ) – acadêmica, neurocientista e divulgadora científica radicada nos EUA onde é professora da Universidade Vanderbilt, publicou vários livros sobre seu principal campo de pesquisa a neuroanatomia comparada[11]. Primeira brasileira a participar na conferência internacional TED Global, seu trabalho popularizado no site O cérebro nosso de cada dia, analisa a aplicação na vida diária do ser humano do conhecimento gerado pela neurociência. Sua descoberta a respeito do número de neurônios do cérebro humano (86 bilhões de neurônios, ou 14 bilhões a menos do que se acreditava anteriormente), ganhou destaque internacional ao incluir um método inovador de contagem de neurônios em cérebros humanos e de outros animais (em particular baleias e elefantes) e a relação entre a área e espessura do córtex cerebral e o número de dobras em sua superfície.
Grupo de pesquisadores brasileiros colaboradores no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 – Com a pesquisa de ponta cada vez mais colaborativa e internacional, um grupo de pesquisadores brasileiros colaborou no desenvolvimento da vacina Oxford-AstraZeneca e da vacina global pelo “team halo” da ONU.
A Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil
O brasileiro percebe a Ciência e a Tecnologia como produtoras de soluções para os desafios nacionais. Esta é a principal conclusão da pesquisa “A ciência e a tecnologia no olhar dos brasileiros – percepção pública da C&T no Brasil – 2019”, que com 105 perguntas abertas e fechadas, consultou 1962 jovens e adultos em todas as cinco regiões do país[12].
Em sua maioria os brasileiros concordam que:
i) a Ciência, a Tecnologia e a Inovação estão tornando a vida mais confortável;
ii) a pesquisa científica é essencial para a indústria;
iii) os governantes devem seguir as orientações dos cientistas;
iv) a experimentação animal deve ser permitida, dependendo do caso; e,
v) a C&T poderá contribuir para a redução das desigualdades sociais no país. 61% dos entrevistados demonstraram interesse por Ciência e Tecnologia (53% na União Europeia).
No Brasil, C,T&I é o quinto tema de atenção da população; após medicina e saúde (78%), meio ambiente (78%), religião (75%) e economia (68%), maior que arte e cultura (57%), esportes (56%), moda (34%) e política (27%).
Para 73% dos entrevistados (mesmo na China) as atividades científicas e tecnológicas geram mais benefícios que males à população[13] e brasileiro confia nos pesquisadores: Entre dez profissões, os cientistas atingiram o mais alto nível (0,89), à frente de jornalistas (0,74) e médicos (0,70).[14]
O Sistema Nacional de Educação: Breves Números Atualizados
Em 2021, segundo o INEP, a educação básica no Brasil registrou 46.668.401 matrículas em 178,4 mil escolas (627 mil matrículas a menos que 2020, queda de 1,3%), agregadas nas seguintes etapas de ensino: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos, educação profissional e educação especial.[15]
Na educação superior, em 2020, segundo o Censo da Educação Superior do INEP, o Brasil registrou 8.680.945 matrículas (22,5% rede pública e 77,5% rede privada) em cerca de 42.000 cursos de graduação (Bacharelado, Licenciatura e Tecnológico – 64,2% presencial, 35,8% a distância), em 2.457 Instituições de Educação Superior (Universidade, Centro Universitário, Faculdade, Instituto Federal e Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET). O ano de 2020 teve 1.278.622 de concluintes (84,0% da rede privada, 16,0% da rede pública – 68,7% presencial, 31,3% a distância).[16]
Na pós-graduação, os indicadores não são de fácil acesso, sendo necessário uma combinação de diferentes fontes. Em 2020, segundo a CAPES, a pós-graduação registrou 4.650 programas (crescimento de 48,7% em 10 anos). Segundo o SEMESP, em 2019, o Brasil registrou 1.568.095 matrículas na pós-graduação (75,7% nível especialização, 16,4% mestrado e 7,9% doutorado).[17] Em 2017, pelo estudo “Mestres e Doutores 2019” do CGEE, o Brasil titulou 21.607 doutores e 61.661 mestres.[18]
Em 2020, segundo a Thomson/ISI e Scopus o Brasil publicou 89.241 artigos científicos (papers) com indexação internacional (2,76% do total mundial e 51,1% da América Latina).[19] Em 60 anos, a pós-graduação brasileira atingiu um padrão distinto de outras nações emergentes, sendo reconhecida como um ponto forte do Sistema Nacional de C,T&I. Gradualmente aumenta sua maturidade e integração dos pós-graduados em atividades econômicas no País. Todavia, a educação brasileira funciona como uma pirâmide invertida em detrimento da Educação Básica que fragiliza a qualidade da aprendizagem de jovens na Educação Superior de Graduação[20]. Em 2021, apenas 18,1% da população (18 a 24 anos) estava matriculada na graduação (76% na rede privada), contra a média de 40% na OCDE.[21]
O Brasil conquistou uma posição importante em conhecimento científico medido pelas publicações indexadas e número de profissionais pós-graduados. Todavia, a capacidade de transformar o conhecimento científico em inovação, negócios, riqueza, produtividade, emprego e renda e dinamismo econômico, continua insuficiente, como demonstra a 57ª posição entre 132 países no Índice Global e Inovação 2021 (GII-2021)[22].
Considerações Finais à Guisa de Conclusão
Um gigante econômico com importantes desafios, em setembro de 2022, o Brasil completa 200 anos de sua independência com um grande dever de casa a realizar. Alterna regiões geográficas e municípios isolados com padrão de desenvolvimento compatível ao sistema capitalista de países avançados, com o atraso injustificável em outros. Na terceira década do Século XXI, tornou-se imperioso ao País melhorar seus sistemas de Educação e de C,T&I indispensáveis para a superação da “armadilha da renda média”, caracterizada pela baixa produtividade econômica, baixo investimento e insuficiente inovação, em uma acirrada disputa com nações mais competitivas. O Brasil segue com uma economia voltada ao mercado doméstico, uma balança comercial superavitária, porém, baseada na exportação de commodities de baixo valor agregado (agronegócio, minério, proteína animal) e bens manufaturados de baixa intensidade tecnológica (salvo as exceções citadas), com tendência de reprimarização. A partir de 2020, com a pandemia da Covid-19 o desafio aumentou.
O tímido posicionamento do País nos resultados econômicos da inovação e negócios tecnológicos nas cadeias globais de valor, deve-se, em particular, à instabilidade dos ambientes político e regulatório, ao insuficiente investimento e capital humano educado e especializado. Também, constata-se uma baixa capacidade empresarial para iniciativas de risco, e limitações na qualidade da educação (básica e superior, exceto a pós-graduação) voltadas para a inovação empreendedora de base científica e tecnológica. Cuidar da demografia, assim como da educação e da C, T&I são fundamentais para uma trilha exitosa rumo ao futuro que o País merece e precisa construir.
Tornou-se indispensável a todos os brasileiros, em particular às gerações mais jovens, construir uma visão e compromisso de ação permanente com a verdade, de mãos dadas com o planejamento e a execução de um pacto com a qualidade da educação, a honestidade, o respeito à lei e à ordem, e obediência às regras que caracterizam as sociedades desenvolvidas. O futuro está com os jovens: educação com qualidade e equidade, empoderamento com conhecimento em Ciência, domínio pleno da Tecnologia e capacidade empreendedora. À esperança nos jovens complementa-se o exemplar estabelecimento da confiança e pragmatismo dos mais experientes.
Considerando o otimismo da pesquisa sobre a percepção da C, T&I na sociedade, bem como o senso comum nem sempre capturado em estudos empíricos acadêmicos como os aqui citados, ou de ficção literária, pode-se afirmar que realizar um futuro promissor depende das gerações jovens (Y e Z, nascidas a partir de 1990). As habilidades, competências e qualificações necessárias para o êxito da missão exigem uma aprendizagem de qualidade em todos os níveis (particularmente básico), consciência cidadã, ampla visão de mundo e atuação política correta beneficiando-se da conectividade tecnológica no ubíquo mundo digital.
O Brasil possui capital humano, tecnológico, financeiro e criatividade para solucionar os problemas conhecidos e vencer os desafios. Entretanto, é imperioso motivar e implementar com a liderança jovem, as prioridades conhecidas com comprometimento político e gestão contínua eficaz focadas em resultados.
É preciso começar imediatamente, e nesse sentido, dentre outras iniciativas, destaca-se o Projeto de Nação, do Instituto Sagres, que aponta princípios, estratégias, caminhos e instrumentos para o Brasil conquistar esse objetivo superior.
Brasília-DF, 11 de abril de 2022.
Referências Bibliográficas
[1] Paraná, Minas Gerais, Amazonas e Rio de Janeiro, tentaram criar suas Universidades por iniciativa estadual, todas interrompidas.
[2] Proálcool, universidades e empresas: 40 anos de ciência e tecnologia para o etanol brasileiro (2016). Disponível https://fapesp.br/eventos/proalcool. Acesso 15/03/2022.
[3] CNPq Missão. Disponível https://www.gov.br/mcti/pt-br/composicao/rede-mcti/conselho-nacional-de-desenvolvimento-cientifico-e-tecnologico. Acesso 11/04/2022.
[4] CNPq, Tabela de Áreas do Conhecimento (2021). Disponível https://lattes.cnpq.br/documents/11871/24930/TabeladeAreasdoConhecimento.pdf/d192ff6b-3e0a-4074-a74d-c280521bd5f7. Acesso 11/04/2022.
[5] Instituto Nacional de Meteorologia; Instituto Militar de Engenharia; Instituto Tecnológico de Aeronáutica; Centro Tecnológico da Aeronáutica; Instituto Nacional de Metrologia; Financiadora de Estudos e Projetos; Instituto Nacional de Propriedade Industrial; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Centro de Tecnologia Mineral; Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira.
[6] Mercado de Mobilidade Aérea Urbana deve atingir US$ 15,54 bilhões em 2030. Disponível https://mundogeo.com/2022/03/15/mercado-de-mobilidade-aerea-urbana-deve-atingir-us-1554-bilhoes-em-2030/. Acesso 11/04/2022.
[7] Viagem filosófica pelas capitanias do Grão-Pará, rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá, 1783-1792. Disponível https://bdor.sibi.ufrj.br/handle/doc/457. Acesso 11/04/2022.
[8] Brasileiros Notáveis. Disponível – http://www.canalciencia.ibict.br/menu/listaNotaveis.html. Acesso 11/04/2022.
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[9] Museu da natureza é inaugurado na Serra da Capivara. Disponível http://www.pi.gov.br/materia/governo/museu-da-natureza-e-inaugurado-na-serra-da-capivara-6836.html. Acesso 15/03/2022.
[10] Cientistas que você deveria conhecer: Marcelo Gleiser. Disponível https://medium.com/ciencia-descomplicada/cientistas-que-voc%C3%AA-deveria-conhecer-marcelo-gleiser-a62e67bee492. Perfil IEA/USP – http://www.iea.usp.br/pessoas/pasta-pessoam/marcelo-gleiser. Acesso 15/03/2022.
[11] Site Suzana Herculano-Houzel. Disponível – http://www.suzanaherculanohouzel.com/. Acesso 11/04/2022.
[12] Disponível – https://www.cgee.org.br/web/percepcao. Resumo executivo disponível – https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/CGEE_resumoexecutivo_Percepcao_pub_CT.pdf. Acesso 11/04/2022.
[13] EUA (67%), Espanha (64%), Itália (46%), França (43%).
[14] A ciência e a tecnologia no olhar dos brasileiros. Percepção pública da C&T no Brasil – 2019. Série histórica realizada em 1987, 2006, 2010, 2015 e 2019. Disponível https://www.cgee.org.br/web/percepcao. Acesso 11/04/2022.
[15] Resumo Técnico: Censo Escolar da Educação Básica 2021. Disponível https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecnico_censo_escolar_2021.pdf. Acesso 11/04/2022. Censo da Educação Básica 2021: Notas Estatísticas. Disponível – https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_escolar_2021.pdf. Acesso 11/04/2022.
[16] Censo da Educação Superior. Notas estatísticas 2020. Disponível – https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_da_educacao_superior_2020.pdf. Acesso 11/04/2022.
[17] Cursos de Especialização Lato Sensu no Brasil. Disponível – https://www.semesp.org.br/pesquisas/pesquisa-especializacao-de-nivel-superior/. Acesso 11/04/2022.
[18] Brasil: Mestres e Doutores 2019. Disponível: https://www.cgee.org.br/web/rhcti/mestres-e-doutores-2019. Acesso 11/04/2022.
[19] Comparações Internacionais: Produção Científica. Em 2020 o Brasil publicou 89.241 artigos científicos indexados (51,1% do total da América Latina e 2,76% do mundo). Disponível https://antigo.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/comparacoesInternaconais/comparacoesInternacionais.html. Acesso 11/04/2022.
[20] Níveis, modalidades e números da Educação Básica no Brasil: infantil, fundamental, médio, jovens e adultos, profissional, especial.
[21] Panorama da Educação: Destaques do Education at a Glance 2021. Disponível https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/acoes-internacionais/inep-divulga-education-at-a-glance-da-ocde. Acesso 11/04/2022.
[22] Índice Global de Inovação. Disponível https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2021/09/brasil-avanca-5-posicoes-no-global-innovation-index-2021. Acesso 11/04/2022.
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