Política e Gestão Estratégica Aplicadas nas Instituições de Ensino Superior

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Política e Gestão Estratégica Aplicadas nas Instituições de Ensino Superior

Política e Gestão Estratégica Aplicadas nas Instituições de Ensino Superior

Conheça o palestrante

Fabiano Ferraz – Mestre em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Graduado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). MBA em Administração em Marketing pela Universidade de Pernambuco (UPE). Nos últimos dez anos dedicou-se à gestão universitária, tendo sido anteriormente formado no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR/R), onde permaneceu como Oficial Temporário do Exército Brasileiro até o ano de 2000. Em 2010 participou nos EUA do Higher Education Development Program, desenvolvido pela Georgetown College, Carta Consulta e a International Education Group, programa que teve como objetivo principal apresentar a experiência de universidades americanas na gestão de organizações educacionais que atuam no ensino superior e capacitar gestores de IES brasileiras.

O Brasil no Mundo de 2025: Incertezas e Desafios das Relações Internacionais

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O mundo está em crise! Crise grave porque engloba confiança e credibilidade!

Os organismos internacionais de maior peso internacional como a Organização Mundial do Comércio (OMC), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) e sua Rodada de Doha, que tratam das questões comerciais, estão desmoralizadas pela incapacidade de gerir os antagonismos econômicos e as adversidades financeiras globais.

A crise severa da Zona do Euro está longe de ser solucionada, refletindo diretamente para a própria comunidade européia, ainda sustentada, com dificuldade crescente, pela Alemanha, e com “viés de baixa” pelo Reino Unido…

O déficit fiscal dos EUA não sai de um vermelho assustador desde as empreitadas bélicas lunáticas empreendidas pelo governo falcão do Bush filho, também conduzindo a um nível de desemprego domestico assustador para os padrões norte-americanos.

O Japão, líder isolado do Oriente, ainda não descobriu um equilíbrio político interno para promover seu caminho de crescimento estável. A Rússia tenta retomar um papel de liderança global com grande esforço, entretanto colhe frutos amargos pelo plantio equivocado de um governo socialista com base no mercado capitalista, tendo sido deixado esta tarefa para um “seleto grupo” de empresários, próximos do Kremlin, mais conhecidos como a “Maphya Russa”, rica, forte e poderosa.

A Índia cresce que nem catapora, mas no seu inverso, estabelecendo ilhas de prosperidade no meio de um oceano de mazelas e desigualdades, porém “próspero” por ser de fácil condução (religião x castas sociais) por parte da elite do poder reinante.

A China, bem, avança firme e determinadamente para se tornar um Estado suficientemente forte comercial, tecnológico e militarmente falando como um verdadeiro ator global, além do Mar da China, influenciando (e preocupando) seus vizinhos e os EUA, seu verdadeiro oponente. Dependente radicalmente de fonte de energia e de matéria prima do exterior, ganha espaço cada vez mais nas negociações internacionais, apesar dos graves óbices relacionados com a superpopulação (alimento e emprego) e com as questões ambientais.

Nessa turbulência global cada um busca solucionar seus problemas não mais em bloco, mas sim por meio de acordos bilaterais. O maior exemplo é o provável pujante acordo entre os EUA e a UE, em fase final de negociação, e entre os mesmos Estados Unidos com a Ásia, sendo o Japão um provável membro desse também poderoso acordo de cooperação comercial.

Numa esfera menor países da América Latina buscam parcerias com os EUA, China e outros Estados com interesses convergentes.

E o Brasil, nosso País que pertence ao grupo dos “emergentes”, que integra os BRICS e é um dos fundadores do Mercosul, da UNASUL, etc., cujo PIB o credencia a ser reconhecido como um dos 10 países mais “ricos”, apesar do “pibinho” ridículo obtido em 2012, do IDH mediano para baixo, das profundas desigualdades sociais e culturais e da real desqualificação da grande parte de sua população, com uma representatividade política sofrível para não dizer desastrosa, como fica nessa estória?

Simplesmente não fica e deixará de ser tudo aquilo que se vislumbrava há pouco tempo atrás se permanecer à parte das grandes negociações internacionais e dos fortes acordos bilaterais. Isso sem falar na política econômica doméstica equivocada baseada tão somente no crédito sem o lastro proporcional para manter dinâmico o mercado interno e de fato oferecer garantias políticas ao setor produtivo para empreender e investir para melhor produzir melhores produtos e competir no exterior.

De costas para o Pacífico há séculos, talvez por entender ser intransponível a barreira geográfica dos Andes (sic), é mais do que oportuno o Brasil promover uma alteração na hierarquia das prioridades comerciais para aquela região e para o hemisfério norte.

Um trabalho de política externa intensa de difícil vislumbramento a curtíssimo prazo, mas possível a partir de 2016 após os dois grandes eventos previstos para serem realizados no País.

Deixar de desacreditar em política de longo prazos para priorizar políticas de Estado é uma desafio de mudança de paradigma antigo, mas de importância enorme para o País avançar sem descontinuidade nociva e desgastante, investindo paulatina e permanentemente na estruturação logística doméstica e na educação de base junto a população e na qualificação correspondente dos professores em todas as regiões brasileiras.

Será que essas mudanças de eixo político e comercial no campo externo brasileiro serão suficientes para alcançarmos um futuro desejado daqui a cerca de dez ou quinze anos? Certamente precisamos correr para não ficarmos tão atrás nessa complexa e intensa rede de negociações comerciais internacionais, pondo em prática, com urgência, novas ações políticas, com o aval do empresariado, ao invés de ficarmos “patinando” no mesmo lugar, sem resultados que justifiquem tal conduta absolutamente alheia dos grandes movimentos globais no campo do comércio exterior.

Roberto Carvalho de Medeiros é Doutor em Ciências Navais – Política e Estratégia Marítimas pela Escola de Guerra Naval (EGN – 2002)

Oriente Médio: questões atuais e um olhar para o futuro

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Evento realizado em 19 de março de 2013

Conheça o palestrante

Paulo Chagas – General da Reserva do Exército Brasileiro, oriundo da arma de Cavalaria. Como oficial general comandou a 7ª Brigada de Infantaria Motorizada, localizada em Natal – RN e foi Subchefe do Estado Maior do Exército em relações internacionais. Como Coronel, comandou o 1° Regimento de Cavalaria de Guarda ─ os Dragões da Independência ─ tradicional Organização Militar encarregada de prover a guarda das instalações e executar o cerimonial militar da Presidência da República. Esteve na França, mais especificamente na Escola de Aplicação da Arma Blindada e da Cavalaria (EAABC), em Saumur, e foi adido militar na Embaixada Brasileira na Inglaterra. Na Escola Superior de Guerra, participou do curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE). Atualmente presta consultoria a empresas com interesse em ajudar o Brasil a implantar os projetos que implementam a Estratégia Nacional de Defesa.

Clique aqui para baixar a palestra (pdf, 25 mb)

Sistema Ultrapassado de Saúde

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A sigla SUS colou. O conceito não. Contradiz o que pretende passar para os usuários. Saúde não é ausência de doença. É o bem-estar físico, mental e social do indivíduo. Supõe sociedade justa, igualitária, segura, educada, produtiva de bens necessários e não de males supérfluos. Não se promove saúde tratando enfermos. Cura é ação válida. Reduz sofrimento, atenua sequelas. Porém, não atinge o cerne da questão. As doenças não desaparecem.

Propagam-se mercê de um modelo que prioriza terapêutica, não profilaxia. Tratamento cura o paciente, mas não impede a difusão da moléstia. Alivia sintomas, não erradica fontes do mal. Não protege o cidadão dos riscos potencialmente lesivos às estruturas e funções do organismo humano.

As evidências são fartas. Nos Estados Unidos, o impacto de investimentos orçamentários do setor saúde, medido pela redução da mortalidade, mostra o seguinte: 90% dos recursos são aplicados para manter e ampliar a rede de serviços destinados ao diagnóstico e tratamento de doenças, resultando na redução de apenas 11% da mortalidade; 1,5% investidos em mudança de estilos de vida levam à queda de 43% da mortalidade; 1,6% destinados a qualificar o meio ambiente diminuem 40% da mortalidade; e 7,9% despendidos em biologia de saúde fazem baixar 27% do referido indicador.

Em síntese, tratar doentes consome quase todo o orçamento de saúde daquele país. O retorno é insignificante quando comparado ao produto de investimentos mínimos em outras políticas sanitárias. No Brasil, não é diferente. O SUS utiliza a maioria do orçamento nos cuidados com enfermos. A rede física aumenta. Despesas com recursos materiais, equipamentos e insumos diversos exorbitam. Morbidades grassam. Quantidade e qualidade de serviços deixam a desejar. Relação custo/benefício negativa expõe a precária sustentabilidade do sistema.

Persistir nessa rota só é coerente com a lógica da economia capitalista. Reforça a dinâmica do consumismo supérfluo. Eleva o uso indevido de medicamentos, tecnologias diagnósticas e terapêuticas deslumbrantes, prática que atrai investimentos, aumenta produção industrial, gera emprego, amplia o comércio, aumenta a arrecadação de impostos. A economia robustece. A indústria agradece. A sociedade adoece. Quanto mais doença, mais lucro e benefício financeiro.

Para incorporar princípios éticos à condução das políticas públicas, urge mudar o sistema de saúde. Imediatismos nada resolvem. Mediatismos, muito menos. Dizer, por exemplo, que há falta de médicos no país é falar sem pensar. Na verdade, há excesso de doentes. O que falta é população sadia. A solução digna não é, pois, promover o boom de cursos médicos desqualificados para criar exército de reserva de tão complexa mão de obra. Cumpre inverter a prioridade das políticas do setor, investir na prevenção para erradicar causas das enfermidades que acometem os cidadãos com maior frequência. O único caminho é promover saúde no verdadeiro sentido, identificado com o bem-estar da cidadania.

Ministério e secretarias ditos da saúde precisam sê-lo de fato. Não passam de ministério e secretarias da doença. Recorrem a campanhas publicitárias ilusórias e eleitoreiras para fazerem crer que o sistema público vai muito bem.

Mantêm olhar de descaso para conhecimentos científicos da epigenética, cujos conteúdos exaltam a primazia dos cuidados preventivos sobre os curativos. Entendem que atenção primária é coisa simples e barata. Pode ser prestada por qualquer profissional, independentemente de sua formação. Ledo engano. O modelo chinês do médico pé descalço já era. Cuidado primário é tão complexo quanto o dos demais níveis de atenção. Exige visão abrangente e profunda da medicina, sem a qual se perde a oportunidade de dotá-lo das condutas preventivas e educativas capazes de reverter a atual falta de cultura sanitária.

A maioria das doenças do adulto tem início na infância. Para preveni-las, não há alternativa reducionista e simplificadora que se justifique. Quanto mais se respeita e valoriza o cuidado pediátrico qualificado nessa fase de vida, menor a prevalência de males futuros. Quanto mais intervenções educativas em saúde nos meios de comunicação, maior o potencial de bem-estar das pessoas. Quanto menos propagandas enganosas e merchandising na mídia, maior a chance de ambiente compatível com os requisitos de vida saudável. O universo do SUS vai muito além de UPAs, Samus e hospitais. Se não avançar no papel revolucionário que lhe cabe, continuará sendo um Sistema Ultrapassado de Saúde.

Dioclécio Campos Júnior é médico, professor emérito da UnB, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, representante da SBP no Global Pediatric Education Consortium. Artigo publicado no Jornal Correio Braziliense, de 24 de fevereiro de 2013

A crise anunciada do Anel do Pescador que troca de mãos

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Na pauta do consistório convocado – assembléia ou reunião de cardeais presidida pelo Papa – constava apenas a discussão e decisão sobre três canonizações.

Tudo transcorria como de costume. Os integrantes do staff papal já estavam bem acomodados em seus assentos e o Pontífice já havia ocupado a agenda prevista. Tudo indicava que o protocolo daquela segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013, estava próximo do seu final.

Mas não foi bem assim. Assessores mais próximos perceberam que o Papa estava inquieto. Havia algo no ar daquele fatídico dia.

Foi nesse momento que Bento XVI retira da pasta um papel que ninguém tinha visto. E fez um corajoso e histórico pronunciamento.

No Vaticano, como de praxe em outros lugares do mundo, pronunciamentos são analisados em termos de forma e conteúdo, além, claro, da legitimidade dos atos e suas consequências. Não foi o caso daquele documento. Apenas o Papa sabia do que se tratava.

O Papa, então, lê o texto em claro e bom tom de voz. Declara-se incapaz de continuar em sua missão, relata que suas forças físicas e mentais se esgotam e anuncia que no próximo dia 28 de fevereiro apresentará renúncia.

O Secretário particular do Sumo Pontífice pensa consigo “Vamos com calma… deve haver um engano…” e aproxima seus olhos para aquele papel na suspeita de que um intruso o tivesse escrito e caiu por acaso na prancheta papal. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, tosse e, rapidamente, busca respostas para as perguntas que ainda ninguém fez. Os Cardeais presentes se entreolham estupefatos.

Crises são assim. Mostram sinais imperceptíveis, pistas de algo que pode ocorrer, singelas pegadas na neve ou discretas marcas na história recente. Até que, em determinado momento a montanha vem abaixo, o trem descarrilha e as coisas parecem sair de controle. E não se tem a visão de um desenrolar lógico dos acontecimentos que levariam a um desfecho feliz.

Foi nesse processo que, hoje, identificamos fatos críticos na linha do tempo do Vaticano e na gestão de Bento XVI. O Mordomo, Paolo Gabriele, que vazou documentos pessoais; o Islamismo que prossegue sua histórica expansão; a interminável Segunda Guerra Mundial que, insistindo em se fazer presente, provoca declarações, suspeitas e desculpas; as distorções de comportamento sexual e escândalos públicos de integrantes da Igreja Católica; as invisíveis divisões eclesiásticas na clássica busca do poder; e as dificuldades em incorporar mudanças sociais e tecnológicas, entre outros sinais, apontavam que o fardo estava pesado demais para Joseph Ratzinger, um ser humano de 85 anos de idade.

O motivo da anunciada crise é simples: um cenário impensado! Os que sabiam das condições clínicas de Sua Santidade mantinham discrição e achavam que o fim do Papa seguia seu processo natural de declínio. Os que suspeitavam não se atreviam a lenvantar tal hipótese e os que contavam os anos apenas acompanhavam o dia-a-dia de Bento XVI.

O terreno das hipóteses é fértil pelos que analisam a situação gerada. Chegaram a imaginar um futuro processo de canonização, mas, com a renúncia, isso seria inviável. Pensam eles que o Papa assumiu o cargo para, como a maioria de seus antecessores, nele permanecer atá morte, desconhecendo os dispositivos legais do Código de Direito Canônico. Outros, ainda mais trágicos, formulavam a possibilidade de o sucessor vir a falecer antes de Bento XVI…

Anulus Piscatoris ou o Anel do Pescador é o símbolo oficial do Papa, o sucessor de São Pedro. O Anel era usado como um sinete, o reconhecimento oficial da documentação assinada pelo Papa. Ao renunciar e se enclausurar para reflexões e orações, o Anel que o então Papa Bento XVI portava será destruído.

A Capela Sistina receberá o colegiado de Cardeais e o mundo ficar à espera da celebração do conclave e da escolha do sucessor de Bento XVI.

Como inexiste evento de “passagem do cargo” no caso do Papa, durante a cerimônia de Tomada Papal, o escolhido receberá um novo Anel, que será colocado no quarto dedo da mão direita pelo Decano do Colégio dos Cardeais.

Novo Anel, mesmos problemas, velhas crises!

Homero Zanotta é proferssor de Comnunicação Social e integrante do Instituto Sagres