Leituras do Brasil: Interpretações sobre a História Política e Econômica Contemporânea
RESUMO
O curso destina-se preferencialmente aos profissionais que necessitem de leituras dirigidas, interpretações e de fundamentação histórica, politica e econômica sobre o Brasil contemporâneo, tais como Relações Institucionais e Governamentais, Comunicação, Ciência Politica e Direito, ou ainda profissionais que estejam se preparando para concursos públicos.
ESPECIFICAÇÕES
Carga: 32 horas
Pré-Requisitos: curso livre
Turmas: mínimo 8 pessoas
METODOLOGIA
Aulas presenciais expositivas, apresentando uma panorâmica sobre os principais eventos da história política e econômica brasileira. Apresentação de personalidades relevantes de cada período histórico que, de alguma forma, ainda influenciam ou participam do Brasil atual. Indicação de interpretes e de bibliografia mínima para o aprofundamento nos temas de maior interesse dos alunos.
CONTEÚDO DAS AULAS
Modulo 1: Origens do sistema politico (4 horas)
Panorâmica sobre a historia politica brasileira, da Revolução de 1930 e a ascensão de Vargas, ate a queda de Joao Goulart, em 1964. As correntes politicas que emergiram com a Revolução de 1930. A organização do Estado por Vargas. A organização politica com tri partidarismo: PSD, PTB e UDN. O PSD e o modelo de clientelismo politico. A criação da CLT e do sindicalismo mantido pelo Estado. O trabalhismo e o PTB. O modelo populista: Pai dos Pobres e Mae dos Ricos. O nascimento da classe media urbana conversadora e a oposição da UDN de Eduardo Gomes. O PCB de Luiz Carlos Prestes e o ideal revolucionário. A proposta do Integralismo e a instauração do Estado Novo. O pacto de guerra e a criação da indústria de base. A queda de Vargas e a restauração da democracia. A volta de Vargas e a ascensão do nacionalismo econômico. Os anos Dourados de JK: 50 anos em 5 por meio da Marcha para o Oeste e da criação da indústria automobilística. As crises de Jango e o esgotamento do modelo populista. Indicações bibliográficas.
Modulo 2: Nascimento do Desenvolvimentismo (4 horas)
Reflexões sobre o nascimento do Estado moderno brasileiro, do modelo liberal de desenvolvimento e da ideologia da estatização. O new deal de Roosevelt. A Conferencia de Bretton Woods e o triunfo de Keynes na criação do Sistema Financeiro Internacional. Roberto Simonsen e a proposta liberal da FIESP. Goes Monteiro e a proposta do Exercito de acelerar o desenvolvimento por meio de Estatais. Leituras e interpretações sobre o Brasil sobre o Brasil clássico: 1. Raymundo Faoro, Os Donos do Brasil (tese do patrimonialismo). 2. Sergio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil (tese do Homem Cordial). 3. Oliveiros Ferreira, O Partido Fardado (tese do projeto estatal desenvolvimentista das Forças Armadas). 4. Roberto Campos, A Lanterna na Popa (visão liberal do período). Indicações bibliográficas.
Modulo 3: Regime militar de 1964 (4 horas)
Apresentação das diferentes interpretações sobre o Movimento de 1964, a reação das esquerdas com a luta a arma e a instauração da autocracia e da repressão pelas Forças Armadas. A morte de Stalin, a adesão a Gramsci e crise do Movimento Comunista Internacional. O racha do Partido Comunista Brasileiro. As revoltas dentro das Forças Armadas. A escalada da radicalização ideológica no governo Jango e a guerra civil iminente. O comício da Central do Brasil. As Marchas da Família com Deus e pela Liberdade. Cinco obras referencia. Rene Dreifuss e a tese da aliança civil militar. Jacob Gorender e a tese da reação ao golpe. Daniel Aarão Reis e a tese da ação estratégica. Luis Mir e a tese do contexto internacional. A hipótese do Exercito dividido. As 47 organizações de vanguarda. Os principais marcos da luta armada. O saldo do fratricídio. O nascimento do sindicalismo no ABC e a fundação do PT. A fase de transição: Anistia, luta pelas diretas, governo civil e Constituinte. Personagens daquele tempo. Indicações bibliográficas.
Modulo 4: Do milagre econômico à década perdida (4 horas)
Panorâmica do modelo econômico de 1964 ate 1994. A grande reforma do Estado: Banco Central, CMN, BNDE, Ipea, Sistema Financeiro da Habitação. O salto da infraestrutura por meio das Estatais. Reforma da educação e o Mobral. O avanço para a Amazônia e a reforma agraria. O modelo de financiamento do crescimento. Indicadores econômicos e sociais do período. A grande crise do petróleo. A crise financeira interna e a intervenção do FMI. O período de hiperinflação e os planos econômicos do governo Sarney. O choque de neoliberalismo de Collor. A economia em anomia. Personagens daquele tempo. Indicações bibliográficas.
Modulo 5: A Era FHC: Neoliberalismo e reforma do Estado (4 horas)
Os fundamentos do Consenso de Washington. A implantação do Plano Real 1. A globalização e crise da indústria nacional. A retomada industrial pela produtividade e o nascimento das primeiras multinacionais brasileiras. A privatização e a redefiniçao do papel do Estado. As agencias reguladoras. A reforma do ensino e o choque de educação. A Comunidade Solidaria, a estruturação da politicas sociais de injeção direta de renda. A crise da Ásia e o Plano Real 2. O tripé macro econômico. Personagens daquele tempo. Indicações bibliográficas.
Modulo 6: A Era Lula: populismo e presidencialismo de coalizão. (4 horas)
O triunfo da suposta “esperança” sobre o “medo”. A manutenção do Plano Real e do tripé macro econômico. O aprofundamento do modelo de presidencialismo de coalizão. A opção pelo aparelhamento do Executivo pelo pragmatismo fisiológico no Congresso. O Bolsa Família e o aprofundamento das politicas de injeção direta de renda. O escândalo do Mensalão. A queda do comissário Dirceu e a ascensão da gerentona Dilma. O ombudsman Lula renasce das cinzas. A desistência das reformas estruturais. A opção pelo populismo e pela economia de consumo. O crescimento econômico, a ascensão da nova classe media e dos milionários emergentes. Fundamentos da nova classe media: estabilidade econômica, educação e politicas de consumo. A eleição da sucessora. Personagens daquele tempo. Indicações bibliográficas.
Modulo 7: O Brasil do nosso tempo (8 horas)
1. Quem manda no Brasil: a criação do modelo de concentração econômica por meio do BNDES e dos fundos de pensão das Estatais. A criação dos oligopólios e o financiamento de campanha. 2. Uma panorâmica historia sobre os fundamentos do messianismo politico: de Moises a Lula. 3. Indicações bibliográficas para compreender nosso tempo: Arendt, Bloch e Bauman.
ORIENTADOR
Prof-Dr. Hugo Studart – Jornalista, professor universitário e executivo de Relações Governamentais. Graduado em Jornalismo pela Universidade de Brasília-UnB; especialização em Ciência Política, mestre e doutor em História Politica, também pela UnB. Como jornalista, atuou como repórter de econômico e politico nos principais veículos do país, como Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo; como editor de Política e colunista nas revistas Veja, Manchete e Dinheiro; como Diretor e colunista da IstoÉ; além de editor-chefe da revista Desafios do Desenvolvimento, do Ipea. Foi agraciado em diversos prêmios, como o Esso e o Abril de Jornalismo, e o Prêmio Wladimir Herzog de Anistia de Direitos Humanos. Experiência de 16 anos em funções executivas, com ênfase em Relações Governamentais e conteúdo jornalístico. Experiência em campanhas políticas na área de pesquisa de informações (Inteligência) e em gestão de crise. Como professor, lecionou na Fundação Casper Líbero, São Paulo, e na Universidade Católica de Brasília. É pesquisador do Núcleo de Estudos da Paz e dos Direitos Humanos da Universidade de Brasília, UnB, e professor no curso de Pós Graduação (MBA) em Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais – Ibmec. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
Tem interesse neste Curso? Fale com o SAGRES:
Política Nacional de Inteligência: finalmente aprovada pelo Governo
Desta forma, de agora em diante, será mais fácil à atividade de inteligência se articular tanto com outros organismos nacionais, assim como os internacionais, na busca de melhores meios para o efetivo embate de ameaças globais.
A Conjuntura Nacional – O Pensar do SAGRES (2016)
EVENTO SAGRES — Mesa de Debates
Os associados do SAGRES reuniram-se, no último dia 30 de junho, para debater sobre a Conjuntura Nacional e os cenários político-econômicos para os próximos anos. O evento foi enriquecido com a presença de convidados ilustres, como Marcondes Araújo, Patrícia Paine, Helena Tonet, Regina Araújo e Marilene Antunes. As principais ideias apresentadas foram objeto de coleta, por parte dos relatores, e posteriormente consolidadas em texto enviado aos associados ausentes. Após sugestões e nova consolidação, apresentamos e oferecemos, à sociedade brasileira, o documento “A Conjuntura Nacional — O Pensar do Sagres (2016)”. Boa leitura!
– Os cenários políticos de curto prazo (próximos dois anos), no Brasil, são absolutamente incertos.
– O governo Temer tem demonstrado sinais de debilidade política que poderão inviabilizar sua gestão. O 1o escalão foi organizado para dar sustentação política, no Congresso, mas é integrado por determinadas pessoas de pouca capacidade técnica e de gestão, exceto na área econômica.
– Dilma Rousseff, caso seja reempossada, não terá condições políticas e econômicas de governabilidade.
– Há um processo em curso, no TSE, que poderá julgar a chapa Dilma/Temer culpada, anular as eleições de 2014 e convocar novas, em um prazo de 90 dias. Caso essa hipótese venha a se concretizar, Marina Silva terá grandes chances de ser eleita.
– Dentre as hipóteses apresentadas, o menos ruim para o Brasil seria o Governo Temer continuar até 2018, mesmo politicamente enfraquecido.
– A crise é profunda e o País pode estar caminhando para um colapso ou para uma ruptura social.
– A mídia tem desempenhado papel preponderante, embora nem sempre isenta. Parcela considerável da opinião pública tem sido manipulada por poucos formadores, cujas ideias são amplamente reverberadas por muitos multiplicadores, direta ou indiretamente patrocinados com recursos públicos.
– As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e as redes sociais estão mudando a forma de fazer política e irão influenciar significativamente a forma de governar. A geração milênio não assiste televisão, por exemplo.
– Grande parte da mídia é refém das verbas governamentais de propaganda.
– As mudanças requeridas poderão se dar pela via da convulsão social, com todas as consequências dolorosas inerentes. Mas as mudanças pela via institucional são possíveis, apesar de duras. Todos temem as mudanças, mas elas serão inevitáveis.
– O processo de politização do Supremo Tribunal Federal (STF), vivido na última década, tem sido extremamente negativo para o País e poderá agravar um eventual quadro de instabilidade institucional.
– A economia nacional passa por um dos piores momentos da história, mas ainda não batemos no fundo do poço, ou seja, poderá piorar por mais alguns anos. Todavia, o Brasil é maior que a crise e encontrará seus caminhos.
– A operação lava-jato tem mostrado somente uma pequena parte do que são — ou foram, até recentemente — as relações corruptas entre o poder público e uma parcela estratificada da iniciativa privada, com destaque para as grandes corporações.
– A corrupção como prática política tem se mostrado disseminada pelos âmbitos federal, estadual e municipal.
– Setores da administração pública não afetados diretamente pela corrupção endêmica devem ser preservados, de modo a manter os serviços e produtos requeridos pela sociedade.
– O papel das instituições públicas é fundamental na busca de soluções, mas é preciso racionalizar o tamanho do Estado, hoje totalmente aparelhado com representantes de anacrônicas correntes político-ideológicas ou de operadores das velhas oligarquias patrimonialistas.
– Nesse contexto, não é desprezível o risco e a iminência do enfraquecimento dos órgãos de controle e policiais — como o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal — por ação de potenciais investigados, como forma de reverter as mudanças em curso, apoiadas pela sociedade.
– O Brasil está perdendo as oportunidades proporcionadas pelo período atualmente vivido, chamado “bônus demográfico”, onde a População em Idade Ativa (PIA) é maior do que a população dependente (crianças e idosos).
– O sistema político-partidário perdeu a governabilidade. O legislativo, no Brasil, tem um poder enorme e tem sido relegado a segundo plano, pelos votantes, por ocasião das eleições. Com isso, temos um histórico problema de governança, no Executivo.
– É preciso que seja realizada ampla reforma política, por atores externos ao atual legislativo, o qual não tem interesse em mudar o status quo.
– Uma reforma política deveria diminuir o atual poder dos integrantes do Legislativo, tornando os cargos menos atrativos aos corruptos e meliantes.
– No médio e no longo prazos, todos os caminhos para as soluções dos problemas nacionais passam pela educação, não somente a formal mas também a que leva informação a todos os segmentos populacionais. A péssima qualidade da educação é a causa primordial da maior parte dos problemas brasileiros.
– A meritocracia deve ser restabelecida, em todos os setores. O nivelamento “por baixo” ou “pela média” tem sido um importante fator de desestímulo à produtividade e ao esforço individual.
– O cidadão precisa aprender a analisar a conjuntura político-econômica e saber como se posicionar.
– A cultura predominante precisa ser revertida, estimulando o trabalho e o empreendedorismo.
– O patriotismo deve ser restaurado. Não há educação para a cidadania. Nos últimos 15 anos, o Brasil se alinhou aos países perdedores e perdeu as referências entre os desenvolvidos.
– Os cidadãos devem ser orientados a realizar análises com mais profundidade e consistência, porque muitos terminam sendo influenciados por formadores de opinião de tendências falaciosas.
– Um lado bom da crise é que tem induzido o cidadão médio a se conscientizar de seu papel como eleitor e como fiscalizador dos governantes.
– O liberalismo econômico é a via mais exequível para que o Brasil encontre os caminhos para o desenvolvimento sustentável. A internacionalização e a abertura do País são inerentes a esse processo.
– Será necessário um período de cinco a dez anos de persistentes reformas político-econômicas liberalizantes para que o Brasil possa viver um novo ciclo de desenvolvimento sustentável.
– Caso o Governo Temer venha a completar o mandato, um novo leque de opções poderá se abrir, no que se refere a candidatos à presidência da República. Esse quadro ainda está totalmente indefinido.
O Brasil tem nova cara? Reflexos e consequências das manifestações populares de junho de 2013
Senhores e senhoras:
Precisamos discutir, entender e ter um olhar prospectivo sobre o que está ocorrendo no Brasil nessas últimas semanas. Por tal razão, vamos realizar uma Discussão Estratégica extraordinária para realizar tal análise e convidamos a todos a participar.
O “provocador” será o Prof. Homero Zanotta que conduzirá a discussão.
A reunião se dará nas seguintes condições:
- Data: 16 de julho de 2013
- Local: Câmara Americana de Comércio/Brasília – AMCHAM/BSB – Endereço: SHIS QI 5, Comércio Local, Bloco C 1º andar – Lago Sul Brasília – DF – Tel.: (61) 2103-8650
- Horário: 14:30 às 16:30 h
Inscrições: e-mail para carolsturari@sagres.org.br, até 09 de julho.
O Brasil no Mundo de 2025: Incertezas e Desafios das Relações Internacionais
O mundo está em crise! Crise grave porque engloba confiança e credibilidade!
Os organismos internacionais de maior peso internacional como a Organização Mundial do Comércio (OMC), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) e sua Rodada de Doha, que tratam das questões comerciais, estão desmoralizadas pela incapacidade de gerir os antagonismos econômicos e as adversidades financeiras globais.
A crise severa da Zona do Euro está longe de ser solucionada, refletindo diretamente para a própria comunidade européia, ainda sustentada, com dificuldade crescente, pela Alemanha, e com “viés de baixa” pelo Reino Unido…
O déficit fiscal dos EUA não sai de um vermelho assustador desde as empreitadas bélicas lunáticas empreendidas pelo governo falcão do Bush filho, também conduzindo a um nível de desemprego domestico assustador para os padrões norte-americanos.
O Japão, líder isolado do Oriente, ainda não descobriu um equilíbrio político interno para promover seu caminho de crescimento estável. A Rússia tenta retomar um papel de liderança global com grande esforço, entretanto colhe frutos amargos pelo plantio equivocado de um governo socialista com base no mercado capitalista, tendo sido deixado esta tarefa para um “seleto grupo” de empresários, próximos do Kremlin, mais conhecidos como a “Maphya Russa”, rica, forte e poderosa.
A Índia cresce que nem catapora, mas no seu inverso, estabelecendo ilhas de prosperidade no meio de um oceano de mazelas e desigualdades, porém “próspero” por ser de fácil condução (religião x castas sociais) por parte da elite do poder reinante.
A China, bem, avança firme e determinadamente para se tornar um Estado suficientemente forte comercial, tecnológico e militarmente falando como um verdadeiro ator global, além do Mar da China, influenciando (e preocupando) seus vizinhos e os EUA, seu verdadeiro oponente. Dependente radicalmente de fonte de energia e de matéria prima do exterior, ganha espaço cada vez mais nas negociações internacionais, apesar dos graves óbices relacionados com a superpopulação (alimento e emprego) e com as questões ambientais.
Nessa turbulência global cada um busca solucionar seus problemas não mais em bloco, mas sim por meio de acordos bilaterais. O maior exemplo é o provável pujante acordo entre os EUA e a UE, em fase final de negociação, e entre os mesmos Estados Unidos com a Ásia, sendo o Japão um provável membro desse também poderoso acordo de cooperação comercial.
Numa esfera menor países da América Latina buscam parcerias com os EUA, China e outros Estados com interesses convergentes.
E o Brasil, nosso País que pertence ao grupo dos “emergentes”, que integra os BRICS e é um dos fundadores do Mercosul, da UNASUL, etc., cujo PIB o credencia a ser reconhecido como um dos 10 países mais “ricos”, apesar do “pibinho” ridículo obtido em 2012, do IDH mediano para baixo, das profundas desigualdades sociais e culturais e da real desqualificação da grande parte de sua população, com uma representatividade política sofrível para não dizer desastrosa, como fica nessa estória?
Simplesmente não fica e deixará de ser tudo aquilo que se vislumbrava há pouco tempo atrás se permanecer à parte das grandes negociações internacionais e dos fortes acordos bilaterais. Isso sem falar na política econômica doméstica equivocada baseada tão somente no crédito sem o lastro proporcional para manter dinâmico o mercado interno e de fato oferecer garantias políticas ao setor produtivo para empreender e investir para melhor produzir melhores produtos e competir no exterior.
De costas para o Pacífico há séculos, talvez por entender ser intransponível a barreira geográfica dos Andes (sic), é mais do que oportuno o Brasil promover uma alteração na hierarquia das prioridades comerciais para aquela região e para o hemisfério norte.
Um trabalho de política externa intensa de difícil vislumbramento a curtíssimo prazo, mas possível a partir de 2016 após os dois grandes eventos previstos para serem realizados no País.
Deixar de desacreditar em política de longo prazos para priorizar políticas de Estado é uma desafio de mudança de paradigma antigo, mas de importância enorme para o País avançar sem descontinuidade nociva e desgastante, investindo paulatina e permanentemente na estruturação logística doméstica e na educação de base junto a população e na qualificação correspondente dos professores em todas as regiões brasileiras.
Será que essas mudanças de eixo político e comercial no campo externo brasileiro serão suficientes para alcançarmos um futuro desejado daqui a cerca de dez ou quinze anos? Certamente precisamos correr para não ficarmos tão atrás nessa complexa e intensa rede de negociações comerciais internacionais, pondo em prática, com urgência, novas ações políticas, com o aval do empresariado, ao invés de ficarmos “patinando” no mesmo lugar, sem resultados que justifiquem tal conduta absolutamente alheia dos grandes movimentos globais no campo do comércio exterior.
Roberto Carvalho de Medeiros é Doutor em Ciências Navais – Política e Estratégia Marítimas pela Escola de Guerra Naval (EGN – 2002)
O Brasil em chamas
Na verdade, as manifestações são contra a incompetência, a desonestidade, a corrupção, a enganação, a mentira. São contra as obras inacabadas, superfaturadas, mal feitas, não fiscalizadas e por conta da insegurança dos cidadãos brasileiros, das péssimas condições da saúde pública, a ineficiência do sistema educacional.